domingo, 14 de agosto de 2016

(167) Fim de tarde...(Praia Sra Luz)

"Todos os dias despertam para morrer ao final da tarde...mesmo que este sol de fim de tarde pouco aqueça. É que em tudo sopra uma saudade fria, de uma distância insuportável.
E fico tentando lembrar-me do que eu sonhei todo dia, da saudade dos meus amigos da adolescência, das escolas onde estudei, dos professores que tive e das pessoas que eu amei muito e que partiram...
E aqui estou eternamente á procura do lado bom da situação...
Quando não temos nada na cabeça a encher-nos a existência, a preocupação passa a ser existencial. Não importa de onde viemos, nem para onde vamos, mas é primordial descobrir quem somos...perante esta distância insuportável..."

sábado, 11 de junho de 2016

(166) Regresso...(Aveiro)

“Voltei! Aqui me têm de regresso e suplicante vos peço que respeitem a minha condição. Voltei pra rever os amigos que um dia deixei a chorar de alegria, por verem as minhas crias se soltarem para o vento.
Voltei, sabendo que andei distante, sei que essa gente que me viu partir vai agora esperar pacientemente que volte a dar vida e perpetuar o voo elegante da minha espécie.
Voltei! Voltei novamente, para o meu ninho que me esperava, como o emigrante que volta todos os Agostos para rever as suas gentes.
Parti daqui tão contente. Por que razão havia de voltar? Apenas porque nos meus voos distantes senti saudade do meu caminho, da ternura, meiguice e carinho, sendo a vida do meu coração, de todos os que me sorriem para o alto do meu castelo.
Vim rever os meus rios, os meus montes, as cascatas e sonhar com novas serenatas e abraçar os meus amigos leais.
Voltei! Voltei para dar vida. Façam silêncio preciso concentrar-me…”

sábado, 2 de abril de 2016

(165) Raízes...(Aguas Santas)

“Quando as tuas energias estiverem todas concentradas nas raízes, nascerão novas folhas, novos ramos e começarás a mover-te para cima, em direcção às estrelas, tal como a árvore que quer acariciar os céus precisa de ter raízes tão profundas, que consigam tocar os infernos. 
Por isso, deverás ter raízes fortes e não âncoras ou amarras. Deverás respeitar as tuas raízes, mas não permitir que elas te enraízem. 
A nossa vida é suportada em raízes e quando perdemos uma, enfraquecemos, mas temos que alimentar as outras que restarem, porque a raiz apenas deverá alimentar, fortalecer, impelir-te para o Universo, contrariamente à âncora que te prende e te imobiliza. E se na miragem dessa árvore da vida, vires a folhagem amarelecer, não penses em criticar a árvore, procura primeiro ver os problemas nas raízes, porque muitas vezes precisamos perder o chão para encontrarmos as nossas próprias raízes.
Lembra-te de onde vieste, lembra-te de quem és. Mas, acima de tudo, luta por quem queres ser. E nunca esqueças: não é porque temos raízes que não podemos ter asas…ter raízes é imprescindível, difícil é encontrar solo fértil para que vinguem...”