terça-feira, 4 de janeiro de 2011

(124) À distância do ficar...(Foz-Porto)

"O abraço deles enciumou de espanto as luas, na eternidade daquele momento que sabiam roubado à corrente dos dias. E o tempo era uma data sem números... e o espaço era uma pátria só deles, cujo nome era feito de palavras renovadas e puras, emudecidas de prazer...
Ela deixou fluir da voz a lágrima engolida, embalada pela aragem quase quente de muitas vontades reaprendidas, num regresso a um sentir que continha vidas e mares, desertos e violinos, gôndolas e frutos maduros. E sonhos. Muitos. E murmurou-lhe '-Não vás...', como quem lhe desenha na palma das mãos o destino fugidio que estava ali... à distância do ficar..."
Ni*

2 comentários:

  1. Caro Célio:
    Mais uma bela foto, como é aliás teu timbre! Uma pista que é a vida,um trilho iluminado e de contornos bem definidos, mas claro está, com as ondas. Que ora se desfazem num enrrolar de emoções, turbilhão de sentidos que roubam o oriente e cortam o folego, ora se oferecem para nos transportar, num suave deslize, em que a habilidade permite um defrutar imenso... tal como as ondas da vida, que ora nos caem em cima, ora as surfamos, ou pura e simplesmente esperamos a próxima. E essas mesmas ondas, sempre fieis às suas origens, vêm e vão, mas sempre regressam. E ficam de onde vieram.
    Bela foto, repito. Belo texto.
    Um abraço.

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  2. Caro Jaime,
    Obrigado por mais esta visita e por este comentário de tão bom gosto.
    Esperemos ter habilidade suficiente, para encarar cada onda, com a pericia necessária...
    Tal como as ondas, volta sempre caro Jaime.
    Serás benvindo
    Um abraço

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