sábado, 11 de junho de 2016

(166) Regresso...(Aveiro)

“Voltei! Aqui me têm de regresso e suplicante vos peço que respeitem a minha condição. Voltei pra rever os amigos que um dia deixei a chorar de alegria, por verem as minhas crias se soltarem para o vento.
Voltei, sabendo que andei distante, sei que essa gente que me viu partir vai agora esperar pacientemente que volte a dar vida e perpetuar o voo elegante da minha espécie.
Voltei! Voltei novamente, para o meu ninho que me esperava, como o emigrante que volta todos os Agostos para rever as suas gentes.
Parti daqui tão contente. Por que razão havia de voltar? Apenas porque nos meus voos distantes senti saudade do meu caminho, da ternura, meiguice e carinho, sendo a vida do meu coração, de todos os que me sorriem para o alto do meu castelo.
Vim rever os meus rios, os meus montes, as cascatas e sonhar com novas serenatas e abraçar os meus amigos leais.
Voltei! Voltei para dar vida. Façam silêncio preciso concentrar-me…”